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Todas as Glórias a Sri Guru e Sri Gauranga (Original Sem "correções")
Segundo Canto A Manifestação Cósmica
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Capítulo Três Verso 1 çré-çuka uväca Sri Shukadeva Goswami disse: Maharaja Parikshit, como você indagou-me sobre o dever da pessoa inteligente que está na beira da morte, assim respondi a você. Iluminação de Srila Prabhupada: Na sociedade humana por todo o mundo existem milhões e bilhões de homens e mulheres, e quase todos eles são menos inteligentes porque têm muito pouco conhecimento da alma espiritual. Quase todos eles têm um conceito equivocado da vida, porque se identificam com os corpos materiais grosseiro e sutil, os quais eles não são, de fato. Eles podem estar situados em diferentes posições altas e baixas na estimativa da sociedade humana, porém deve-se saber definitivamente que a menos que inquira sobre seu próprio eu além do corpo e a mente, todas suas atividades na vida humana são fracassos totais. Por isso entre milhares e milhares de humanos, talvez um possa inquirir sobre seu eu espiritual e assim consultar as escrituras reveladas tais quais Vedanta-sutras, Bhagavad-gita e Srimad Bhagavatam. Porém apesar de ler e ouvir essas escrituras, a menos que esteja em contato com um mestre espiritual realizado, não pode realmente realizar a natureza verdadeira do eu etc.. E entre milhares e milhares de humanos, algum talvez saiba o que é o Senhor Krishna de fato. No Chaitanya Charitamrita (Madhya 20.122-123) é dito que o Senhor Krishna, por Sua misericórdia sem causa, preparou as literaturas Védicas na encarnação de Vyasadeva para leitura pela classe de pessoas inteligentes dentro de uma sociedade humana a qual está quase totalmente esquecida de sua relação com o Senhor. O processo de bhakti-yoga inteiro é por isso um renascimento da relação perdida. Esse renascimento é possível na forma humana de vida, a qual é obtenível somente pelo ciclo evolucionário de 8.400.000 espécies de vida. A classe inteligente de seres humanos deve levar muito a sério esta oportunidade. Nem todos seres humanos são inteligentes, por isso a importância da vida humana não é sempre entendida. Por isso manisinam, que significa "introspectivo", é particularmente usada aqui. Uma pessoa manisinam, igual Maharaja Parikshit, deve assim apegar-se aos pés de lótus do Senhor Krishna e se dedicar plenamente no serviço devocional, ouvir, cantar etc. do santo nome e passatempos do Senhor, os quais são todos hari-kathamrta. Essa ação é especialmente recomendada quando alguém se prepara para morte. Versos de 2 a 7 brahma-varcasa-kämas tu devéà mäyäà tu çré-kämas annädya-kämas tv aditià äyuñ-kämo 'çvinau devau rüpäbhikämo gandharvän yajïaà yajed yaças-kämaù Aquele que deseja ficar absorto na refulgência brahmajyoti impessoal deve adorar o mestre dos Vedas (Senhor Brahma ou Brihaspati, o sacerdote versado), aquele que deseja sexo poderoso deve adorar o Rei do paraíso, Indra, e aquele que deseja boa progênie deve adorar os grandes progenitores chamados os Prajapatis. Aquele que deseja boa fortuna deve adorar Durgadevi, a superintendente do mundo material. Aquele que deseja ser muito poderoso deve adorar fogo, e aquele que aspira somente atrás de dinheiro deve adorar os Vasus. Deve-se adorar as encarnações Rudra do Senhor Shiva se deseja ser um grande herói. Aquele que deseja um grande estoque de grãos deve adorar Aditi. Aquele que deseja alcançar os planetas celestiais deve adorar os filhos de Aditi. Aquele que deseja um reino mundano deve adorar Vishvadeva, e aquele que deseja ser popular com a massa geral da população deve adorar o semideus Sadhya. Aquele que deseja uma longa duração de vida deve adorar os semideuses conhecidos como os Ashvini-kumaras, e uma pessoa que deseja um corpo fortemente construído deve adorar a Terra. Aquele que deseja estabilidade no seu posto deve adorar o horizonte e a Terra combinados. Aquele que deseja ser belo deve adorar os belos residentes do planeta Gandharva, e aquele que deseja uma boa esposa deve adorar as Apsaras e a sociedade de moças Urvashi do reino celestial. Aquele que deseja ter domínio sobre outros deve adorar o Senhor Brahma, o líder do universo. Aquele que deseja uma fama tangível deve adorar a Personalidade de Deus, e aquele que deseja um bom saldo bancário deve adorar o semideus Varuna. Se alguém desejar ser uma pessoa altamente versada deve adorar o Senhor Shiva, e se alguém desejar uma boa relação conjugal deve adorar a casta deusa Uma, a esposa do Senhor Shiva. Iluminação de Srila Prabhupada: Existem diferentes modos de adoração para diferentes pessoas que desejam sucesso em assuntos particulares. A alma condicionada que vive dentro do âmbito do mundo material não pode ser um especialista em cada tipo de recurso desfrutável materialmente, porém pode-se ter influência considerável sobre uma matéria particular por adorar um semideus particular, como mencionado acima. Ravana foi feito um homem muito poderoso por adorar o Senhor Shiva, e ele costumava oferecer cabeças decepadas para satisfazer o Senhor Shiva. Ele se tornou tão poderoso pela graça do Senhor Shiva e todos os semideuses tinham medo dele, até ele no fim desafiar a Personalidade de Deus Sri Ramachandra e assim se arruinou. Em outras palavras, todas pessoas assim que aspiram obter algum ou todos os objetos materiais de desfrute, ou as pessoas materialistas grosseiras, são no geral menos inteligentes, como confirmado no Bhagavad-gita (7.20). Lá é dito aqueles que são desprovidos de todo bom senso, ou aqueles cuja inteligência está retirada pela energia ilusória de maya, aspiram alcançar todas sortes de desfrute material na vida por satisfazer vários semideuses, ou por avançar na civilização material sob a direção do progresso científico. O verdadeiro problema da vida no mundo material é resolver a questão de nascimento, morte, velhice e doença. Ninguém quer mudar seu direito de nascimento, ninguém quer encontrar a morte, ninguém quer ficar velho ou inválido, nem ninguém quer doenças. Porém esses problemas são resolvidos nem pela graça de nenhum semideus nem pelo assim chamado avanço da ciência material. No Bhagavad-gita, bem como no Srimad Bhagavatam, pessoas menos inteligentes assim foram descritas como desprovidas de bom senso. Shukadeva Goswami disse que de 8.400.000 de espécies de seres vivos, a forma humana de vida é rara e valiosa, e desses seres humanos raros aqueles que são conscientes dos problemas materiais são mais raros ainda, e as pessoas mais raras ainda são aquelas que são conscientes do valor do Srimad Bhagavatam, o qual contém as mensagens do Senhor e Seus devotos puros. Morte é inevitável para todos, inteligente ou tolo. Porém Parikshit Maharaja foi chamado pelo Goswami de manisi, ou a pessoa de mente altamente desenvolvida, porque na hora da morte ele deixou todo desfrute material e se rendeu completamente aos pés de lótus do Senhor por ouvir Suas mensagens da pessoa certa, Shukadeva Goswami. Porém aspirações por desfrute material por pessoas empenhadas são condenadas. Tais aspirações são algo tipo a intoxicação da sociedade humana degradada. Pessoas inteligentes devem tentar evitar essas aspirações e em vez disso procurar a vida permanente por retornar ao lar, de volta ao Supremo. Verso 8 dharmärtha uttama-çlokaà Deve-se adorar o Senhor Vishnu ou Seu devoto para avanço espiritual em conhecimento, e para proteção de hereditariedade e avanço de uma dinastia deve-se adorar os vários semideuses. Iluminação de Srila Prabhupada: O caminho da religião implica fazer progresso no caminho do avanço espiritual, ultimamente em reviver a relação eterna com Senhor Vishnu na Sua refulgência impessoal, Seu aspecto de Paramatma localizado, e ultimamente Seu aspecto pessoal por avanço espiritual em conhecimento. E aquele que deseja estabelecer uma boa dinastia e ser feliz no progresso das relações corpóreas temporárias deve tomar abrigo nos Pitas e os semideuses em outros planetas piedosos. Essas classes diferentes de adoradores de diferentes semideuses podem ultimamente alcançar os planetas respectivos desses semideuses dentro do universo, porém aquele que alcança os planetas espirituais dentro do brahmajyoti conquista a perfeição máxima. Verso 9 räjya-kämo manün devän Aquele que deseja domínio sobre um reino ou um império deve adorar os Manus. Aquele que deseja vitória sobre um inimigo deve adorar os demônios, e aquele que deseja prazer sensual deve adorar a Lua. Porém aquele que deseja nada de desfrute material deve adorar a Suprema Personalidade de Deus. Iluminação de Srila Prabhupada: Para uma pessoa liberada, todos os desfrutes listados acima são considerados absolutamente inúteis. Somente aqueles que são condicionados pelos modos da energia externa são cativados por diferentes tipos de prazer material. Em outras palavras, o transcendentalista não tem desejos materiais para satisfazer, enquanto o materialista tem todos tipos de desejos para satisfazer. O Senhor proclamou que os materialistas, que desejam desfrute material e assim procuram o favor de diferentes semideuses, como mencionado acima, não estão no controle dos seus sentidos e assim se entregam ao absurdo. Por isso não se deve desejar nenhuma sorte de desfrute material, e ser sensível o bastante para adorar a Suprema Personalidade de Deus. Os líderes de pessoas sem noção são ainda mais sem noção porque pregam abertamente e estupidamente que qualquer um pode adorar qualquer forma de semideus e obter o mesmo resultado. Essa sorte de pregação não é só contra os ensinamentos do Bhagavad-gita, ou aqueles do Srimad Bhagavatam, mas também é estúpida, justamente como é estúpido alegar que com a compra de qualquer bilhete de viagem pode-se chegar ao mesmo destino. Ninguém pode chegar a Bombaim de Délhi por comprar um bilhete para Baroda. Está claramente definido aqui que pessoas impregnadas com desejos diferentes têm diferentes modos de adoração, porém aquele que não tem nenhum desejo por desfrute material deve adorar o Supremo Senhor, Senhor Krishna, a Personalidade de Deus. E esse processo de adoração é chamado serviço devocional. Serviço devocional puro significa serviço para o Senhor sem nenhuma mancha de desejos materiais, inclusive desejo por atividade lucrativa e especulação empírica. Para satisfação de desejos materiais pode-se adorar o Supremo Senhor, porém o resultado de tal adoração é diferente, como será explicado no verso seguinte. Geralmente o Senhor não satisfaz desejos materiais de ninguém para prazer sensual, porém Ele concede essas bênçãos para adoradores do Senhor, para eles ultimamente chegarem ao ponto de não desejarem desfrute material. A conclusão é que deve-se minimizar os desejos por desfrute material, e para isso deve-se adorar a Suprema Personalidade de Deus, que é descrito aqui como param, ou além de qualquer coisa material. Sripada Shankaracharya também afirmou, narayanah paro 'vyakta: o Supremo Senhor está além do cerco material. Verso 10 akämaù sarva-kämo vä Uma pessoa que tem inteligência mais ampla, seja ela cheia de todo desejo material, sem nenhum desejo material, ou deseja liberação, deve por todos meios adorar o todo supremo, a Personalidade de Deus. Iluminação de Srila Prabhupada: A Suprema Personalidade de Deus Senhor Sri Krishna é descrito no Bhagavad-gita como purusottama, ou a Personalidade Suprema. Somente Ele pode conceder liberação para os impersonalistas por absorver tais aspirantes no brahmajyoti, os raios corpóreos do Senhor. O brahmajyoti não é separado do Senhor, igual o raio brilhante do Sol não é independente do disco do Sol. Por isso aqueles que desejam imergir no supremo brahmajyoti impessoal também devem adorar o Senhor por bhakti-yoga, como recomendado aqui no Srimad Bhagavatam. Bhakti-yoga é especialmente enfatizado aqui como o meio de toda perfeição. Nos capítulos prévios foi afirmado que bhakti-yoga é o objetivo último de ambos karma-yoga e jñana-yoga, e da mesma forma neste capítulo está enfaticamente declarado que bhakti-yoga é o objetivo último de todas variedades de adoração dos diferentes semideuses. Bhakti-yoga, por ser assim o meio supremo de auto-realização, é recomendado aqui. Todos devem por isso seriamente adotarem os métodos de bhakti-yoga, mesmo embora aspire por desfrute material ou liberação do cativeiro material. Akamah é aquele que não tem nenhum desejo material. Um ser vivo, a parte e parcela do todo supremo purusam purnam, tem como sua função natural servir o Ser Supremo, justamente igual as partes e parcelas do corpo, ou os membros do corpo, são naturalmente destinados para servir o corpo completo. Sem desejo significa, por isso, não ser inerte igual a pedra, porém ser consciente de sua posição atual e assim desejar satisfação somente do Supremo Senhor. Srila Jiva Goswami explicou essa ausência de desejo como bhajaniya-parama-purusa-sukha-matra-sva-sukhatvam em seu Sandarbha. Isso significa que deve-se sentir feliz somente por experimentar a felicidade do Supremo Senhor. Essa intuição do ser vivo é às vezes manifestada mesmo durante o estágio condicionado de um ser vivo no mundo material, e essa intuição é expressa na maneira de altruísmo, filantropia, socialismo, comunismo etc., pelas mentes não desenvolvidas de pessoas menos inteligentes. No campo mundano essa observação de fazer o bem para outros na forma de sociedade, comunidade, família, país ou humanidade é uma manifestação parcial do mesmo sentimento original no qual o ser vivo puro sente felicidade pela felicidade do Supremo Senhor. Tais sentimentos esplêndidos foram exibidos pelas donzelas de Vrajabhumi para a felicidade do Senhor. As gopis amaram o Senhor sem nenhum retorno, e essa é a exibição perfeita do espírito akamah. Espírito kama, ou o desejo pela própria satisfação pessoal, é plenamente exibido no mundo material, enquanto o espírito akamah é exibido plenamente no mundo espiritual. Pensamentos de se tornar uno com o Senhor, ou ser imerso no brahmajyoti, também podem ser exibições do espírito kama se forem desejos para a própria satisfação pessoal para ficar livre das misérias materiais. Um devoto puro não quer liberação para que assim possa ficar aliviado das misérias da vida. Mesmo sem a dita liberação, um devoto puro é aspirante para a satisfação do Senhor. Influenciado pelo espírito kama, Arjuna declinou lutar no campo de batalha em Kurukshetra porque ele queria poupar seus parentes para sua própria satisfação. Mas por ser um devoto puro, ele concordou em lutar sob a instrução do Senhor porque ele voltou a si e realizou que satisfação do Senhor ao custo de sua própria satisfação era seu dever primordial. Assim ele se tornou akama. Esse é o estágio perfeito de um ser vivo perfeito. Udara-dhih significa aquele que tem uma visão mais ampla. Pessoas com desejos por desfrute material adoram pequenos semideuses, e essa inteligência é condenada no Bhagavad-gita (7.20) como hrta jñana, a inteligência daquele que perdeu seus sentidos. Ninguém pode obter nenhum resultado de semideuses sem obter a sanção do Supremo Senhor. Por isso uma pessoa com uma visão mais ampla pode ver que a autoridade última é o Senhor, mesmo para benefícios materiais. Sob as circunstâncias, aquele com uma visão mais ampla, mesmo com o desejo por desfrute material ou por liberação, deve adotar a adoração do Senhor diretamente. E todos, mesmo um akama ou sakama ou moksa-kama, devem adorar o Senhor com grande conveniência. Isso implica que bhakti-yoga pode ser perfeitamente administrado sem nenhuma mistura de karma e jñana. Como o raio de Sol é muito forte e é por isso chamado tivra, similarmente bhakti-yoga sem mistura de ouvir, cantar etc. pode ser desempenhado por alguém e tudo independentemente do motivo interno. Verso 11 etävän eva yajatäm Todos os diferentes tipos de adoradores de múltiplos semideuses podem alcançar a bênção de perfeição mais elevada, a qual é atração espontânea inabalavelmente fixa na Suprema Personalidade de Deus, somente pela associação do devoto puro do Senhor. Iluminação de Srila Prabhupada: Todos seres vivos em diferentes status de vida dentro da criação material, a começar do primeiro semideus, Brahma, abaixo até a pequena formiga, estão condicionados sob as leis da natureza material, ou energia externa do Supremo Senhor. O ser vivo em seu estado puro é consciente do fato que é uma parte e parcela do Senhor, porém quando é atirado no mundo material por causa de seu desejo de dominar a energia material, ele se torna condicionado pelos três modos da natureza material e assim luta pela existência para o benefício mais elevado. Essa luta pela existência é algo do tipo seguir o fogo-fátuo sob o encanto do desfrute material. Todos planos para desfrute material, tanto por adorar diferentes semideuses como descrito nos versos prévios deste capítulo ou pelo avanço modernizado do conhecimento científico sem a ajuda de Deus ou semideus, são apenas ilusórios, porque apesar de tais planos para felicidade, o ser vivo condicionado dentro do âmbito da criação material nunca pode solucionar os problemas da vida, chamados nascimento, morte, velhice e doença. A história do universo está cheia de tais planejadores, e muitos reis e imperadores vieram e foram, e só deixaram uma história de planejamento. Porém os problemas primordiais da vida permanecem sem solução apesar dos esforços de tais planejadores. Na realidade vida humana é destinada para fazer uma solução para os problemas da vida. Ninguém nunca pode solucionar tais problemas por satisfazer os diferentes semideuses, por diferentes modos de adoração, ou por assim chamado avanço científico em conhecimento sem a ajuda de Deus ou semideuses. À parte dos materialistas grosseiros, que ligam muito pouco para Deus ou para os semideuses, os Vedas recomendam adoração de diferentes semideuses para diferentes benefícios, e por isso os semideuses não são falsos nem imaginários. Os semideuses são tão reais quanto nós somos, porém eles são muito mais poderosos devido a estarem engajados no serviço direto do Senhor no gerenciamento de diferentes departamentos do governo universal. O Bhagavad-gita afirma isso, e os diferentes planetas dos semideuses são mencionados lá, inclusive o do semideus supremo, Senhor Brahma. Os materialistas grosseiros não acreditam na existência de Deus ou dos semideuses. Nem acreditam que os diferentes planetas são dominados por diferentes semideuses. Eles criaram uma grande comoção sobre alcançar o corpo celestial mais próximo, Chandraloka, ou a Lua, mas mesmo depois de muita pesquisa mecânica eles têm apenas informação muito escassa sobre essa Lua, e apesar de muita propaganda falsa para vender terra na Lua, os cientistas enfatuados ou materialistas grosseiros não podem viver lá, e o que dizer de alcançar os outros planetas, que são incapazes até de contá-los. Entretanto, os seguidores dos Vedas possuem um método diferente para adquirir conhecimento. Eles aceitam as afirmações das literaturas Védicas como autoridade no total, como já discutimos no Canto Um, e por isso eles têm conhecimento pleno e racional de Deus e semideuses e dos seus diferentes planetas residenciais situados dentro do âmbito do mundo material e além do limite do céu material. A literatura Védica mais autêntica, aceita pelos grandes acaryas da Índia tais quais Shankara, Ramanuja, Madhwa, Vishnu Swami, Nimbarka e Chaitanya e estudada por todas personalidades importantes do mundo, é o Bhagavad-gita, no qual a adoração dos semideuses e seus planetas residenciais respectivos são mencionados. O Bhagavad-gita (9.25) afirma: yänti deva-vratä devän "Aqueles que adoram os semideuses alcançam os planetas respectivos dos semideuses; aqueles que adoram os ancestrais alcançam os planetas dos ancestrais; o materialista grosseiro permanece nos diferentes planetas materiais, porém os devotos do Senhor alcançam o reino de Deus". Nós também temos informação do Bhagavad-gita que todos planetas dentro do mundo material, inclusive Brahmaloka, estão apenas situados temporariamente, e depois de um período fixo eles são aniquilados. Por isso os semideuses e seus seguidores são todos aniquilados no período da devastação, porém aquele que alcança o reino de Deus obtém uma quota permanente na vida eterna. Esse é o veredito da literatura Védica. Os adoradores dos semideuses têm uma facilidade a mais do que os descrentes devido a serem convencidos da versão Védica, pela qual podem obter informação do benefício de adorar o Supremo Senhor na associação dos devotos do Senhor. O materialista grosseiro, entretanto, sem nenhuma fé na versão Védica, permanece eternamente na escuridão, conduzido por uma convicção falsa na base do conhecimento experimental imperfeito, ou a assim chamada ciência material, a qual nunca pode alcançar dentro do reino do conhecimento transcendental. Por isso a menos que os materialistas grosseiros ou os adoradores dos semideuses temporários entrem em contato com um transcendentalista igual o devoto puro do Senhor, suas tentativas são simplesmente um desperdício de energia. Somente pela graça de personalidades divinas, os devotos puros do Senhor, que alguém pode alcançar devoção pura, que é a perfeição mais elevada da vida humana. Somente um devoto puro do Senhor pode mostrar para alguém o caminho certo da vida progressiva. De outro modo tanto o modo de vida materialista, sem nenhuma informação de Deus ou dos semideuses, quanto a vida engajada na adoração de semideuses, em busca de desfrutes materiais temporários, são diferentes fases de fantasmagoria. Elas são muito bem explicadas no Bhagavad-gita também, porém o Bhagavad-gita só pode ser entendido na associação de devotos puros somente, e não pela interpretação de políticos ou especuladores filosóficos áridos. Verso 12 jïänaà yad äpratinivåtta-guëormi-cakram Conhecimento transcendental em relação com o Supremo Senhor Hari é conhecimento resultante da suspensão completa das ondas e rodamoinhos dos modos materiais. Esse conhecimento é auto satisfatório devido a ser livre do apego material, e por ser transcendental é aprovado por autoridades. Quem poderia deixar de ser atraído? Iluminação de Srila Prabhupada: De acordo com o Bhagavad-gita (10.9) as características dos devotos puros são maravilhosas. As atividades funcionais completas de um devoto puro estão sempre engajadas no serviço do Senhor, e por isso os devotos puros compartilham sentimentos de êxtase entre si e saboreiam bem-aventurança transcendental. Essa bem-aventurança transcendental é experimentada mesmo no estágio da prática devocional (sadhana-avastha), se realizada adequadamente sob a orientação de um mestre espiritual fidedigno. E no estado maduro o sentimento transcendental desenvolvido culmina na realização do relacionamento particular com o Senhor pelo qual um ser vivo é originalmente constituído (acima até o relacionamento de amor conjugal com o Senhor, o qual é estimado como a bem-aventurança transcendental mais elevada). Assim bhakti-yoga, por ser o único meio de realização de Deus, é chamado kaivalya. Srila Jiva Goswami cita a versão Védica (eko narayano devah, paravaranam parama aste kaivalya-samjñitah) nessa conexão e estabelece que Narayana, a Personalidade de Deus, é conhecido como kaivalya, e o meio que capacita alguém para se aproximar do Senhor é chamado kaivalya-pantha, ou o único meio de alcance do Supremo. Esse kaivalya-pantha começa a partir de sravana, ou ouvir aqueles tópicos relacionados à Personalidade de Deus, e a conseqüência natural de ouvir esse hari-katha é alcance do conhecimento transcendental, o que causa desapego de todos tópicos mundanos, para os quais o devoto não tem gosto nenhum. Para um devoto, todas atividades mundanas, sociais e políticas, ficam não atraentes, e no estado maduro esse devoto se torna desinteressado mesmo pelo seu próprio corpo, e o que dizer dos parentes corpóreos. Em tal estado de eventos não se fica agitado pelas ondas dos modos materiais. Existem diferentes modos da natureza material, e todas funções mundanas nas quais uma pessoa comum é muito interessada ou em que participa se tornam não atraentes para o devoto. Esse estado de eventos é descrito aqui como pratinivrtta-gunormi, e é possível por atma-prasada, ou auto-satisfação completa sem nenhuma conexão material. O devoto do Senhor de primeira classe atinge esse estágio pelo serviço devocional, porém apesar dessa altivez, para a satisfação do Senhor ele pode fazer o papel voluntário de um pregador da glória do Senhor e encaixar tudo dentro do serviço devocional, mesmo interesse mundano, justamente para dar uma chance aos neófitos para transformar interesse mundano em bem-aventurança transcendental. Srila Rupa Goswami descreveu essa ação de um devoto puro como nirbandhah krsna-sambandhe yuktam vairagyam ucyate. Mesmo atividades mundanas encaixadas com serviço do Senhor também são calculadas como transcendentais ou eventos kaivalya aprovados. Verso 13 çaunaka uväca Shaunaka disse: O filho de Vyasadeva, Srila Shukadeva Goswami, era um sábio altamente versado e capaz de descrever as coisas de uma maneira poética. O que Maharaja Parikshit indagou novamente para ele depois de ouvir tudo que ele disse? Iluminação de Srila Prabhupada: Um devoto puro do Senhor desenvolve automaticamente todas qualidades divinas, e algumas das características proeminentes dessas qualidades são as seguintes: ele é bondoso, pacífico, verdadeiro, equânime, impecável, magnânimo, gentil, limpo, não possessivo, um simpatizante de todos, satisfeito, rendido a Krishna, sem anseio, simples, fixo, autocontrolado, um comedor equilibrado, sensato, educado, sem orgulho, sério, simpático, amigável, poético, especialista e silencioso. Dessas vinte e seis características proeminentes de um devoto, como descrito por Krishnadasa Kaviraja em seu Chaitanya Charitamrita, a qualificação de ser poético é especialmente mencionada aqui em relação com Shukadeva Goswami. A apresentação do Srimad Bhagavatam pela recitação dele é a contribuição poética mais elevada. Ele era um sábio versado realizado. Em outras palavras, ele era um poeta entre os sábios. Verso 14 etac chuçrüñatäà vidvan Ó versado Suta Goswami! Por favor continue a explicar esses tópicos para nós porque estamos todos ansiosos para ouvir. Além disso, tópicos que resultam na discussão do Senhor Hari devem certamente serem discutidos na assembléia de devotos. Iluminação de Srila Prabhupada: Como nós já citamos acima do Bhakti-rasamrita-sindhu de Rupa Goswami, mesmo coisas mundanas, se encaixadas no serviço do Senhor Sri Krishna, são aceitas como transcendentais. Por exemplo, os épicos ou as histórias do Ramayana e Mahabharata, os quais são especificamente recomendados para as classes menos inteligentes (mulheres, sudras e filhos indignos das classes altas), também são aceitos como literatura Védica porque são compilados em conexão com as atividades do Senhor. Mahabharata é aceito como a quinta divisão dos Vedas depois de suas quatro primeiras divisões, chamadas Sama, Yajur, Rg e Atharva. O menos inteligente não aceita Mahabharata como parte dos Vedas, porém grandes sábios e autoridades o aceitam como a quinta divisão dos Vedas. Bhagavad-gita também é parte do Mahabharata, e é repleto com a instrução do Senhor para a classe de pessoas menos inteligentes. Algumas pessoas menos inteligentes dizem que Bhagavad-gita não é destinado para casados, porém essas pessoas tolas esquecem que Bhagavad-gita foi explicado para Arjuna, um grhastha (homem de família), e falado pelo Senhor num papel como um grhastha. Assim Bhagavad-gita, embora contenha a filosofia mais elevada da sabedoria Védica, é para os iniciantes na ciência transcendental, e Srimad Bhagavatam é para graduados e pós-graduados na ciência transcendental. Por isso literaturas iguais Mahabharata, os, puranas e outras literaturas que são cheias dos passatempos do Senhor, são todas literaturas transcendentais, e devem ser discutidas com confiança plena na sociedade de grandes devotos. A dificuldade é que essas literaturas, quando discutidas por pessoas profissionais, parecem ser literatura mundana igual histórias ou épicos porque contêm muitos fatos e personagens históricos. É dito aqui, por isso, que essas literaturas devem ser discutidas na assembléia de devotos. A menos que sejam discutidas por devotos, essas literaturas não podem ser apreciadas pela classe mais alta de pessoas. Assim a conclusão é que o Senhor não é impessoal na última instância. Ele é a Pessoa Suprema, e Ele tem Suas diferentes atividades. Ele é o líder de todos seres vivos, e Ele descende por Sua vontade e por Sua energia pessoal para resgatar as almas caídas. Assim Ele atua exatamente igual os líderes sociais, políticos ou religiosos. Porque esses papéis culminam ultimamente na discussão dos tópicos do Senhor, todos esses tópicos preliminares também são transcendentais. Essa é a forma para espiritualizar as atividades civis da sociedade humana. Pessoas têm inclinação para estudarem história e muitas outras literaturas mundanas - romances, ficção, dramas, revistas, jornais etc. - assim deixe-as encaixadas com o serviço transcendental do Senhor, e todas elas se voltarão para os tópicos apreciados por todos devotos. A propaganda que o Senhor é impessoal, de que Ele não tem nenhuma atividade e que Ele é uma pedra muda sem nenhum nome e forma encorajou pessoas a se tornarem demônios ateus, infiéis, e quanto mais desviam das atividades transcendentais do Senhor, mais ficam acostumadas com atividades mundanas que somente limpam seu caminho para o inferno em vez de retorná-las para o lar, de volta ao Supremo. * Srimad Bhagavatam começa com a história dos Pandavas (com atividades políticas e sociais necessárias), e mesmo assim Srimad Bhagavatam é dito como o Paramahamsa-samhita, ou a literatura Védica destinada para o transcendentalista mais elevado, e descreve param jñanam, o conhecimento transcendental mais elevado, devotos puros do Senhor são todos paramahamsas, e eles são iguais o cisne, que conhece a arte de sugar o leite de uma mistura de água e leite. * Mesmo cinqüenta anos atrás, a estrutura social de todos indianos era organizada de tal forma que não liam nenhuma literatura que não estava conectada com as atividades do Senhor. Eles não encenavam nenhuma peça teatral não conectada com o Senhor. Eles não organizavam nenhuma feira ou cerimônia não conectada com o Senhor. Nem visitavam um lugar que não fosse sagrado ou santificado pelos passatempos do Senhor. Por isso mesmo a pessoa comum na vila falava sobre Ramayana e Mahabharata, Gita e Bhagavatam, mesmo desde sua infância. Porém pela influência da era de Kali, foram arrastados para a civilização de cães e suínos, no trabalho árduo para ganhar o pão sem nenhum senso de conhecimento transcendental. Verso 15 sa vai bhägavato räjä Maharaja Parikshit, o neto dos Pandavas, era desde sua tenra infância um grande devoto do Senhor. Mesmo enquanto brincava com bonecos, ele costumava adorar o Senhor Krishna por imitar a adoração da Deidade da família. Iluminação de Srila Prabhupada: No Bhagavad-gita (6.41) é dito que mesmo uma pessoa que falhou no desempenho apropriado da prática do yoga é dada uma chance de nascer na casa de brahmanas devotados ou nas casas de pessoas ricas iguais reis ksatriyas ou comerciantes ricos. Porém Maharaja Parikshit era mais do que isso porque ele tinha sido um grande devoto do Senhor desde seu nascimento prévio, e assim ele tomou seu nascimento numa família imperial dos Kurus, e especialmente a dos Pandavas. Por isso desde o próprio começo de sua infância ele teve a chance de saber intimamente o serviço devocional do Senhor Krishna em sua própria família. Os Pandavas, todos eram devotos do Senhor, certamente veneravam Deidades da família no palácio real para adoração. Crianças que aparecem em tais famílias afortunadamente geralmente imitam essa adoração das Deidades, mesmo no modo de brincadeira de infância. Pela graça do Senhor Sri Krishna, nós tivemos a chance de nascer numa família Vaishnava, e na nossa infância nós imitávamos a adoração do Senhor Krishna por imitar nosso pai. Nosso pai nos encorajava em todos aspectos para observar todas funções tais quais Ratha-yatra e cerimônias Dola, e ele costumava gastar dinheiro liberalmente para distribuir prasada para nós crianças e nossos amigos. Nosso mestre espiritual, que também tomou seu nascimento numa família Vaishnava, obteve todas inspirações de seu grande pai Vaishnava, Thakura Bhaktivinoda. Esse é o modo de todas famílias Vaishnava bem-aventuradas. A célebre Mira Bai era uma devota fiel do Senhor Krishna como o grande levantador da Colina Govardhana. A história de vida de muitos devotos desses é quase a mesma porque sempre há simetria entre as vidas iniciais de todos grandes devotos do Senhor. De acordo com Jiva Goswami, Maharaja Parikshit deve ter ouvido sobre os passatempos do Senhor Krishna em Vrindavana, porque ele costumava imitar os passatempos com seus jovens amiguinhos de brincadeira. De acordo com Shridhara Swami, Maharaja Parikshit costumava imitar a adoração da Deidade da família pelos membros mais velhos. Srila Visvanatha Chakravarti também confirma o ponto de vista de Jiva Goswami. Assim por aceitar ambos, Maharaja Parikshit era naturalmente inclinado para o Senhor Krishna desde sua tenra infância. Ele deve ter imitado ambas das atividades mencionadas acima, e todas elas estabelecem sua grande devoção desde sua própria infância, um sintoma de um maha-bhagavata. Tais maha-bhagavatas são chamados nitya-siddhas, ou almas liberadas desde o nascimento. Porém também existem outros, que podem não ser liberados desde o nascimento mas que desenvolvem uma tendência para serviço devocional por associação, e eles são chamados sadhana-siddhas. Não há diferença entre os dois na última instância, e por isso a conclusão é que todos podem se tornar um sadhana-siddha, ou um devoto do Senhor, simplesmente pela associação com devotos puros. O exemplo concreto é nosso grande mestre espiritual Sri Narada Muni. Na sua vida prévia ele era simplesmente um menino de uma criada, porém através da associação com grandes devotos ele se tornou um devoto do Senhor de seu próprio padrão, único na história do serviço devocional. Verso 16 vaiyäsakiç ca bhagavän Shukadeva Goswami, o filho de Vyasadeva, também era pleno no conhecimento transcendental e era um grande devoto do Senhor Krishna, filho de Vasudeva. Então deve ter havido discussão do Senhor Krishna, que é glorificado por grandes filósofos e na companhia de grandes devotos. Iluminação de Srila Prabhupada: A palavra satam é muito importante neste verso. Satam significa os devotos puros, os quais não têm nenhum outro desejo além de servir o Senhor. Somente na associação de tais devotos as glórias transcendentais do Senhor Krishna são discutidas apropriadamente. É dito pelo Senhor que Seus tópicos estão cheios de significado espiritual, e desde que alguém ouça apropriadamente na associação dos satam, certamente ele sente a grande potência e assim atinge automaticamente o estágio devocional da vida. Como já foi descrito Maharaja Parikshit era um grande devoto do Senhor desde seu próprio nascimento, e assim também era Shukadeva Goswami. Ambos estavam no mesmo nível, embora parecesse que Maharaja Parikshit era um grande rei acostumado com facilidades reais enquanto Shukadeva Goswami era um típico renunciante do mundo, tanto que ele nem mesmo pôs uma roupa para cobrir seu corpo. Superficialmente, Maharaja Parikshit e Shukadeva Goswami podem parecer opostos, mas basicamente eles eram ambos devotos puros imaculados do Senhor. Quando tais devotos estão juntos em assembléia, não pode haver outro tópico salvo discussões das glórias do Senhor, ou bhakti-yoga. No Bhagavad-gita também, quando houve conversas entre o Senhor e Seu devoto Arjuna, não poderia haver nenhum outro tópico além de bhakti-yoga, entretanto os intelectuais mundanos podem especular de suas próprias maneiras. O uso da palavra ca depois de vaiyasakih sugere, de acordo com Srila Jiva Goswami, que ambos Shukadeva Goswami e Maharaja Parikshit estavam na mesma categoria, estabelecida muito tempo atrás, embora um atuasse no papel de mestre e o outro de discípulo. Porque o Senhor Krishna é o centro dos tópicos, a palavra vasudeva-parayanah, ou "devoto de Vasudeva", sugere devoto do Senhor Krishna, o objetivo comum. Embora houvesse muitos outros que se reuniram no local onde Maharaja Parikshit jejuava, a conclusão natural é que não havia nenhum outro tópico além da glorificação do Senhor Krishna, porque o orador principal era Shukadeva Goswami e a audiência principal era Maharaja Parikshit. Assim Srimad Bhagavatam, como foi falado e ouvido por dois devotos principais do Senhor, é unicamente para a glorificação do Supremo Senhor, a Personalidade de Deus, Sri Krishna. Verso 17 äyur harati vai puàsäm Ambos pela alvorada e pelo crepúsculo, o Sol diminui a duração da vida humana de todos, exceto aquele que utiliza o tempo para discutir tópicos da todo-bondosa Personalidade de Deus. Iluminação de Srila Prabhupada: Este verso indiretamente confirma a importância maior de utilizar a forma humana de vida para realizar nossa relação perdida com o Supremo Senhor pela aceleração do serviço devocional. Tempo e maré não esperam por ninguém. Assim o tempo indicado pela alvorada e crepúsculo será inutilmente desperdiçado se esse tempo não for utilizado apropriadamente para realizar identificação dos valores espirituais. Mesmo uma fração da duração de vida não pode ser compensada por nenhuma quantidade de ouro. Vida humana é simplesmente concedida para um ser vivo (jiva) para que possa realizar sua identidade espiritual e sua fonte permanente de felicidade. Um ser vivo, especialmente o ser humano, procura felicidade porque felicidade é a situação natural do ser vivo. Mas ele está na procura em vão da felicidade na atmosfera material. Um ser vivo é constitucionalissimamente uma fagulha espiritual do todo completo, e sua felicidade pode ser percebida perfeitamente em atividades espirituais. O Senhor é o todo espiritual completo, e Seu nome, forma, qualidade, passatempos, associados e personalidade são todos idênticos com Ele. Quando uma pessoa chega em contato com qualquer uma das energias do Senhor mencionadas acima através do canal apropriado do serviço devocional, a porta para perfeição é imediatamente aberta. No Bhagavad-gita (2.40) o Senhor explicou esse contato nas seguintes palavras: "Empenhos no serviço devocional nunca são frustrados. Nem há falha. Um pequeno começo dessas atividades é suficiente até mesmo para liberar uma pessoa do grande oceano de medos materiais". Do mesmo modo que uma droga altamente potente injetada intravenosamente age imediatamente no corpo inteiro, os tópicos transcendentais do Senhor injetados no ouvido do devoto puro do Senhor podem agir muito eficientemente. Realização auditiva das mensagens transcendentais implica realização total, justamente igual a frutificação de uma árvore na frutificação de todas outras partes. Essa realização por um momento na associação de devotos puros iguais Shukadeva Goswami prepara a vida completa de alguém para eternidade. E assim o Sol falha em roubar o devoto puro da sua duração de vida, na medida em que ele está constantemente ocupado no serviço devocional do Senhor, a purificar sua existência. Morte é um sintoma de infecção material do ser vivo eterno, somente devido à infecção material o ser vivo eterno é sujeito à lei de nascimento, morte, velhice e doença. O modo materialista de atividades piedosas tais quais caridade é recomendado nos smrti-sastras como citado por Srila Visvanatha Chakravarti Thakura. Dinheiro dado para uma pessoa adequada é saldo bancário garantido na próxima vida. Essa caridade é recomendada a ser dada para um brahmana. Se o dinheiro for dado em caridade para um não brahmana (sem qualificação brahmana) o dinheiro é retornado na próxima vida na mesma proporção. Se for dado em caridade para um brahmana meio educado, mesmo assim o dinheiro é retornado em dobro. Se o dinheiro for dado em caridade para um brahmana versado e plenamente qualificado, o dinheiro é retornado centenas e milhares de vezes, e se o dinheiro for dado para um veda-paraga (aquele que realmente realizou o caminho dos Vedas), é retornado em multiplicação ilimitada. O fim último do conhecimento Védico é realização da Personalidade de Deus, Senhor Krishna, como está afirmado no Bhagavad-gita (vedais ca sarvair aham eva vedyah (Bg. 15.15)). Há uma garantia do dinheiro ser retornado se dado em caridade, sem levar em conta a proporção. Similarmente, um momento passado na associação de um devoto puro por ouvir e cantar as mensagens transcendentais do Senhor é uma garantia perfeita para a vida eterna, para retornar ao lar, de volta ao Supremo. Mad-dhama gatva punar janma na vidyate. Em outras palavras, um devoto do Senhor tem garantia de vida eterna. A velhice ou doença de um devoto na vida presente é apenas um ímpeto para tal vida eterna garantida. Verso 18 taravaù kià na jévanti As árvores não vivem? Os foles dos ferreiros não respiram? Por toda a nossa volta, os animais selvagens não comem e ejaculam sêmen? Iluminação de Srila Prabhupada: A pessoa materialista da era moderna, argumentará que vida, ou parte dela, nunca é destinada para discussão de argumentos teosóficos ou teológicos. Vida é destinada para máxima duração de existência para comer, beber, relação sexual, divertimento e desfrutar a vida. A pessoa moderna quer viver para sempre pelo avanço da ciência material, e existem muitas teorias idiotas para prolongamento da vida para a duração máxima. Porém o Srimad Bhagavatam afirma que vida não é destinada para o assim chamado desenvolvimento econômico ou avanço da ciência materialista para a filosofia hedonista de comer, acasalar, beber e diversão. Vida é unicamente destinada para tapasya, para purificar a existência de forma que alguém possa entrar na vida eterna justamente após a forma humana de vida. Os materialistas querem prolongar a vida ao máximo possível porque não têm informação sobre a próxima vida. Eles querem obter os confortos máximos nesta vida presente porque pensam conclusivamente que não existe vida depois da morte. Essa ignorância sobre a eternidade do ser vivo e a mudança de cobertura no mundo material causou estragos dentro da estrutura da sociedade humana moderna. Conseqüentemente existem muitos problemas, multiplicados por vários planos da pessoa modernizada. Os planos para solucionar os problemas da sociedade somente agravaram os problemas. Mesmo se for possível prolongar a vida mais do que cem anos, avanço da civilização humana não acompanha necessariamente. O Bhagavatam diz que certas árvores vivem por centenas de milhares de anos. Em Vrindavana existe uma árvore de tamarindo (o local é conhecido como Imlitala) a qual é dita que existe desde o tempo do Senhor Krishna. No jardim Botânico de Calcutá existe uma árvore banyan que é dita ser mais antiga do que cinco mil anos, e existem muitas árvores dessas por todo o mundo. Swami Shankaracharya viveu apenas 32 anos, e o Senhor Chaitanya viveu 48 anos. Isso significa que as vidas prolongadas das árvores mencionadas acima são mais importantes do que Shankara e Chaitanya? Vida prolongada sem valor espiritual não é muito importante. Alguém pode duvidar que árvores não têm vida porque não respiram. Porém cientistas modernos tais quais Bose já provaram que existe vida nas plantas, por isso respiração não é sinal de vida verdadeira. O Bhagavatam diz que o fole do ferreiro respira muito profundamente, porém isso não significa que o fole tenha vida. O materialista argumentará que vida na árvore e vida no humano não podem ser comparadas porque árvore não pode desfrutar a vida por comer pratos saborosos ou por desfrutar relação sexual. Em resposta a isso, o Bhagavatam pergunta se outros animais tais quais cães e suínos, que vivem na mesma vila com seres humanos, não comem e desfrutam vida sexual. O enunciado específico do Srimad Bhagavatam em relação com "outros animais" significa que pessoas que estão simplesmente engajadas em planejar um tipo melhor de vida animal que consiste em comer, respirar e acasalar também são animais na forma de seres humanos. Uma sociedade dessa de animais polidos não pode beneficiar humanidade sofredora, porque um animal pode facilmente ferir outro animal porém raramente fazer o bem. Verso 19 çva-viò-varähoñöra-kharaiù Pessoas que são iguais cães, suínos, camelos e asnos louvam aquelas pessoas que nunca ouvem os passatempos transcendentais do Senhor Sri Krishna, aquele que liberta dos males. Iluminação de Srila Prabhupada: A massa geral de pessoas, a menos que sejam treinadas sistematicamente para um padrão de vida mais elevado em valores espirituais, não é melhor do que animais, e neste verso elas foram particularmente postas no nível de cães, suínos, camelos e asnos. Educação universitária moderna praticamente prepara alguém para adquirir uma mentalidade canina com a qual aceitar serviço de um grande patrão. Depois de finalizar uma assim chamada educação, as pessoas assim chamadas educadas se movem igual cães de porta em porta com requerimentos por algum serviço, e a maioria é mandada embora, informada que não tem nenhuma vaga. Do mesmo modo que cães são animais desprezados e servem o dono fielmente por pedaços de pão, uma pessoa serve um patrão fielmente sem remunerações suficientes. Pessoas que não têm nenhuma discriminação em matéria de alimentação e comem todos tipos de lixo são comparadas aos porcos. Porcos são muito apegados a comer excremento. Assim fezes são um tipo de alimento para um tipo particular de animal. E até mesmo pedras são comestíveis para um tipo particular de animal ou pássaro. Porém o ser humano não é destinado para comer tudo e qualquer coisa; ele é destinado para comer cereais, vegetais, frutas, leite, açúcar etc.. Comida animal não é destinada para o ser humano. Para mastigar comida sólida, o ser humano tem um tipo particular de dentição destinado a cortar frutas e vegetais. O ser humano é dotado com dois dentes caninos como uma concessão para pessoas que comerão comida animal a qualquer custo. É sabido por todos que a comida de uma pessoa é veneno para outra pessoa. Espera-se que seres humanos aceitem os restos de comida oferecida para o Senhor Sri Krishna, e o Senhor aceita alimento das categorias de folhas, flores, frutas etc. (Bg. 9.26). Como prescrito pelas escrituras Védicas, nenhum alimento animal é oferecido para o Senhor. Por isso, um ser humano é destinado para comer um tipo particular de alimento. Ele não deve imitar os animais para obter assim chamados valores vitamínicos. Por isso, uma pessoa que não tem discriminação em relação a comer é comparada a um porco. O camelo é um tipo de animal que sente prazer em comer espinhos. Uma pessoa que quer desfrutar vida familiar ou a vida mundana de assim chamado desfrute é comparada ao camelo. Vida materialista é cheia de espinhos, e assim deve-se viver somente pelo método prescrito das regulações Védicas justamente para fazer o melhor uso de um mau negócio. Vida no mundo material é mantida por sugar seu próprio sangue. O ponto central da atração por desfrute material é vida sexual. Desfrutar vida sexual é sugar o próprio sangue, e não tem muito mais para ser explicado nessa conexão. O camelo também suga seu próprio sangue enquanto mastiga ramos espinhosos. Os espinhos que o camelo come cortam a língua do camelo, e assim o sangue começa a fluir na boca do camelo. Os espinhos, misturados com sangue fresco, criam um sabor para o camelo tolo, e assim ele desfruta a atividade de comer espinhos com prazer falso. Similarmente, os grandes empresários magnatas, industriais que trabalham muito arduamente por diferentes meios e meios questionáveis, comem os resultados espinhosos de suas ações misturadas com seu próprio sangue. Por isso o Bhagavatam situou esses indivíduos doentios junto com os camelos. O asno é um animal que é célebre como o maior idiota, mesmo entre os animais. O asno trabalha muito arduamente e carrega fardos com peso máximo sem nenhum proveito para si mesmo. *. O asno é geralmente usado pelo lavadeiro, cuja posição social não é muito respeitável. E a qualificação especial do asno é que ele é muito acostumado a levar coices do sexo oposto. Quando o asno implora por relação sexual, ele leva coices do belo sexo, e mesmo assim ele segue a fêmea para esse prazer sexual. Um homem submisso é comparado, por isso, ao asno. A massa geral de pessoas trabalha muito arduamente, especialmente na era de Kali. Nesta era o ser humano está engajado na realidade no trabalho de um asno, carrega fardos pesados e puxa thela e riquixás. O assim chamado avanço da civilização humana engajou o ser humano no trabalho de um asno. Os trabalhadores em grandes fábricas e oficinas também estão engajados nesse trabalho penoso, e depois de trabalhar duro durante o dia, o pobre trabalhador tem que levar coices novamente do belo sexo, não apenas por prazer sexual mas também para muitos assuntos domésticos. Assim a categorização do Srimad Bhagavatam da pessoa comum sem nenhuma iluminação espiritual dentro da sociedade de cães, suínos, camelos e asnos não é exagero nem um pouco. Os líderes de tais massas ignorantes de pessoas podem se sentir muito orgulhosos de serem adorados por esse número de cães e suínos, porém isso não é muito lisonjeiro. O Bhagavatam declara abertamente que apesar de uma pessoa poder ser um grande líder de tais cães e suínos disfarçados de humanos, se não tiver gosto para ser iluminado na ciência de Krishna, esse líder também é um animal e nada mais. Ele pode ser designado como um animal forte, poderoso, ou um grande animal, mas na estimativa do Srimad Bhagavatam a ele nunca é dado um lugar na categoria de humano, por causa de seu temperamento ateísta. Ou, em outras palavras, tais líderes sem Deus de pessoas iguais cães e suínos são animais maiores com as qualidades dos animais em maior proporção. * A vida humana é destinada para adquirir valores. Esta vida é chamada arthadam, ou aquilo que pode conceder valores. E qual é o maior valor da vida? É retornar ao lar, de volta ao Supremo, como indicado no Bhagavad-gita (8.15). O egoísmo de alguém tem que ser direcionado para ir de volta ao Supremo. O asno não conhece seu auto-interesse, e ele trabalha muito arduamente para outros apenas. Uma pessoa que trabalha muito duro para outros apenas, esquecida de seu interesse pessoal disponível na forma humana de vida, é comparada ao asno. No Brahma-vaivarta Purana está dito: asitim caturas caiva tad apy abhalatam jatah A vida humana é tão importante que até mesmo os semideuses nos planetas superiores às vezes aspiram por um corpo humano nesta Terra porque no corpo humano somente que alguém pode voltar ao Supremo facilmente. Apesar de receber um corpo tão importante desse, se ele não restabelecer sua relação eterna perdida com Govinda, Senhor Krishna, certamente é um idiota que esqueceu seu interesse pessoal. Esta forma humana do corpo material é obtida por um processo gradual de evolução de um corpo para outro no ciclo de 8.400.000 variedades de vida. E a pobre pessoa, esquecida dessa importância para seu próprio interesse, envolve si mesma em tantos engajamentos ilusórios para elevar a posição de outros como um líder de emancipação política e desenvolvimento econômico. Não existe nenhum estrago em tentar emancipação política ou desenvolvimento econômico, porém não se deve esquecer o verdadeiro objetivo da vida: todas essas atividades filantrópicas devem ser encaixadas para retornar ao Supremo. Aquele que não sabe disso é comparado ao asno que trabalha somente para outros, sem o bem-estar de outros ou seu próprio na mente. Verso 20 bile batorukrama-vikramän ye Aquele que não ouviu as mensagens sobre as proezas e os atos maravilhosos da Personalidade de Deus e não cantou alto as canções dignas sobre o Senhor é considerado como possuidor de orifícios auriculares iguais aos orifícios das serpentes e uma língua igual à língua de um sapo. Iluminação de Srila Prabhupada: Serviço devocional para o Senhor é prestado por todos membros ou partes do corpo. É a força dinâmica transcendental da alma espiritual; por isso um devoto está dedicado cem por cento no serviço do Senhor. Pode-se dedicar no serviço devocional quando os sentidos do corpo estão purificados em relação com o Senhor, e pode-se prestar serviço para o Senhor com a ajuda de todos os sentidos. Como tal, os sentidos e a ação dos sentidos são considerados impuros ou materialistas enquanto estiverem empregados somente em prazer sensual. Os sentidos purificados não estão engajados em prazer sensual mas no serviço do Senhor na totalidade. O Senhor é o Supremo com todos sentidos, e o servidor, o qual é parte e parcela do Senhor, também tem os mesmos sentidos. Serviço para o Senhor é o uso completamente purificado dos sentidos, como descrito no Bhagavad-gita. O Senhor transmitiu instruções com sentidos plenos, e Arjuna as recebeu com sentidos plenos, e assim houve um intercâmbio perfeito de entendimento sensível e lógico entre o mestre e o discípulo. Entendimento espiritual é nada igual a uma descarga elétrica do mestre para o discípulo, como alegado estupidamente por alguns propagandistas clandestinos. Tudo é pleno de sentido e lógica, e o intercâmbio de visualizações entre mestre e discípulo é possível somente quando a recepção é submissa e real. No Chaitanya Charitamrita está dito que deve-se receber o ensinamento do Senhor Chaitanya com intelecto e sentidos plenos para que possa entender logicamente a grande missão. No estado impuro de um ser vivo, os vários sentidos estão plenamente engajados em assuntos mundanos. Se o ouvido não estiver engajado no serviço do Senhor por ouvir sobre Ele do Bhagavad-gita ou Srimad Bhagavatam, certamente os orifícios dos ouvidos serão preenchidos com algum lixo. Por isso as mensagens do Bhagavad-gita e Srimad Bhagavatam devem ser pregadas por todo o mundo muito alto. Esse é o dever de um devoto puro que ouviu realmente sobre elas das fontes perfeitas. Muitos querem falar alguma coisa para outros, mas porque não são treinados para falar sobre a matéria da sabedoria Védica todos falam bobagens, e as pessoas as recebem sem noção. Existem centenas de milhares de fontes para distribuição de notícia mundana do mundo, e as pessoas do mundo também as recebem. Similarmente, as pessoas do mundo devem ser ensinadas para ouvir os tópicos transcendentais do Senhor, e o devoto do Senhor deve falar alto para que elas possam ouvir. Os sapos altamente coaxam, com o resultado que assim convidam as serpentes para comê-los. A língua humana é especialmente dada para cantar os hinos Védicos e não coaxar igual sapos. A palavra asati usada neste verso também é significativa. Asati significa uma mulher que se tornou uma prostituta. Uma prostituta não tem nenhuma reputação para boas qualidades femininas. Similarmente, a língua, a qual é dada para o ser humano para cantar hinos Védicos, será considerada uma prostituta quando engajada em cantar alguma bobagem mundana. Verso 21 bhäraù paraà paööa-kiréöa-juñöam A porção superior do corpo, apesar de coroada com um turbante de seda, é somente um fardo pesado se não prostrada perante a Personalidade de Deus que pode conceder mukti (liberdade). E as mãos, apesar de decoradas com pulseiras brilhantes, são iguais às da pessoa morta se não dedicadas no serviço da Personalidade de Deus Hari. Iluminação de Srila Prabhupada: Como afirmado aqui antes, existem três tipos de devoto do Senhor. O devoto de primeira classe de forma alguma vê qualquer um que não está no serviço do Senhor, porém o devoto de segunda classe faz distinções entre devotos e não devotos. Os devotos de segunda classe por isso são destinados para trabalho de pregação, e como foi referido no verso acima, eles devem pregar alto as glórias do Senhor. O devoto de segunda classe aceita discípulos da seção dos devotos de terceira classe ou não devotos. Às vezes o devoto de primeira classe também desce para a categoria do devoto de segunda classe para trabalho de pregação. Porém a pessoa comum, a qual espera-se que se torne pelo menos um devoto de terceira classe, é aconselhada aqui para visitar o templo do Senhor e se prostar perante a Deidade, mesmo embora seja uma pessoa muito rica ou mesmo um rei com um turbante de seda ou coroa. O Senhor é o Senhor de todos, inclusive dos grandes reis e imperadores, e pessoas que são ricas na estimativa de pessoas mundanas devem por isso assumir um compromisso de visitar o templo do Senhor Sri Krishna e regularmente se prostar perante a Deidade. O Senhor no templo na forma de adoração nunca deve ser considerado como feito de pedra ou madeira, porque o Senhor em Sua encarnação arca como Deidade no templo mostra imenso favor para as almas caídas por Sua presença auspiciosa. Pelo processo de ouvir, como mencionado aqui antes, essa realização da presença do Senhor no templo é feita possível. Dessa forma, o primeiro processo no trabalho de rotina do serviço devocional - ouvir - é o ponto essencial. Ouvir por todas classes de devotos das fontes autênticas tais quais Bhagavad-gita e Srimad Bhagavatam é essencial. A pessoa comum que é enfatuada com sua posição material e não se prostra perante a Deidade do Senhor no templo, ou que desafia a adoração no templo sem nenhum conhecimento da ciência, precisa saber que seu assim chamado turbante ou coroa só terá sucesso em se afundar mais ainda na água do oceano da existência material. Uma pessoa que se afoga com um peso pesado em sua cabeça é certa que irá para o fundo mais rapidamente do que aquelas que não têm nenhum peso pesado. Uma pessoa idiota, enfatuada desafia a ciência de Deus e diz que Deus não tem nenhum significado para ela, porém quando ela está na garra da lei de Deus e é pega por alguma doença tipo trombose cerebral, essa pessoa sem Deus afunda no oceano da ignorância pelo peso de sua aquisição material. Avanço da ciência material sem consciência de Deus é um fardo pesado na cabeça da sociedade humana, e por isso deve-se tomar cuidado com este grande aviso. A pessoa comum, se não tiver tempo para adorar o Senhor, pode pelo menos engajar suas mãos por alguns segundos em lavar ou varrer o templo do Senhor. Maharaja Prataparudra, o rei altamente poderoso de Orissa, estava sempre muito ocupado com responsabilidades pesadas do estado, mesmo assim ele assumiu um compromisso para varrer o templo do Senhor Jagannatha em Puri uma vez por ano durante o festival do Senhor. A idéia é que por mais importante que uma pessoa possa ser, ela deve aceitar a supremacia do Supremo Senhor. Essa consciência de Deus ajudará a pessoa até mesmo em sua prosperidade material. A subordinação de Maharaja Prataparudra perante o Senhor Jagannatha o tornou um rei poderoso, tanto que até mesmo o grande Pathan em seu tempo não pôde entrar dentro de Orissa por causa do poderoso Maharaja Prataparudra. E por último Maharaja Prataparudra foi agraciado pelo Senhor Sri Chaitanya Mahaprabhu com base na sua aceitação da subordinação para o Senhor do universo. Por isso mesmo se a esposa de um homem rico tiver pulseiras brilhantes feitas de ouro em suas mãos, ela deve se engajar em prestar serviço para o Senhor. Verso 22 barhäyite te nayane naräëäà Os olhos que não olham para as representações simbólicas da Personalidade de Deus Vishnu (Suas formas, nome, qualidade etc.) são iguais àquelas impressas nas plumas do pavão, e as pernas que não se movem para os lugares sagrados (onde o Senhor é lembrado) são consideradas iguais troncos de árvores. Iluminação de Srila Prabhupada: Especialmente para os devotos casados, o caminho da adoração da Deidade é fortemente recomendado. Na medida do possível, todo casado, pela direção do mestre espiritual, deve instalar a Deidade de Vishnu, formas tais quais Radha-Krishna, Lakshmi-Narayana ou Sita-Rama especialmente, ou qualquer outra forma do Senhor, tais quais Nrisimha, Varaha, Gaura-Nitai, Matsya, Kurma, salagrama-sila e muitas outras formas de Vishnu, tais quais Trivikrama, Keshava, Achyuta, Vasudeva, Narayana e Damodara, como recomendado nos Vaishnava-tantras ou Puranas, e sua família deve adorar estritamente por seguir as orientações e regulações de arcana-viddhi. Qualquer membro da família que tem mais de doze anos de idade deve ser iniciado por um mestre espiritual fidedigno, e todos os membros da casa devem se engajar no serviço diário do Senhor, a começar pela manhã (4 horas) até a noite (22 horas) por realizar mangala-aratrika, nirañjana, arcana, puja, kirtana, srngara, bhoga-vaikali, sandhya-aratrika, patha, bhoga (à noite), sayana-aratrika etc.. Ocupação numa adoração da Deidade assim, sob a direção de um mestre espiritual fidedigno, ajudará enormemente os casados a purificar sua própria existência e fazer progresso rápido no conhecimento espiritual. Conhecimento teórico simples não é suficiente para um devoto neófito. Conhecimento de livro é teórico, enquanto o processo de arcana é prático. Conhecimento espiritual deve ser desenvolvido com uma combinação de conhecimento teórico e prático, e esse é o caminho garantido para alcance da perfeição espiritual. O treinamento do serviço devocional por um devoto neófito depende completamente do mestre espiritual experiente que sabe como conduzir seu discípulo para fazer progresso gradual em direção do caminho de volta ao lar, de volta ao Supremo. Ninguém deve se tornar um pseudo mestre espiritual como questão de negócio para satisfazer os gastos da própria família, alguém tem que ser um mestre espiritual experiente para liberar o discípulo das garras da morte iminente. Srila Visvanatha Chakravarti Thakura definiu as qualidades fidedignas de um mestre espiritual, e um dos versos nessa descrição lê-se: çré-vigrahärädhana-nitya-nänä- Sri-vigraha é a arca, ou forma adorável adequada do Senhor, e o discípulo deve estar engajado na adoração da Deidade regularmente por srngara, com decoração e roupa adequadas, e também mandira-marjana, a matéria de limpar o templo. O mestre espiritual ensina o devoto neófito tudo isso gentilmente e pessoalmente para ajudá-lo gradualmente na realização do nome, qualidade, forma etc. do Senhor. Somente atenção engajada no serviço do Senhor, especialmente em vestir e decorar o templo, acompanhado por kirtana musical e instruções espirituais das escrituras, pode salvar a pessoa comum de atrações infernais de cinema e canções sexuais propagadas em toda parte por rádios. Se alguém for incapaz de manter um templo em casa, ele deve ir para o templo de outro onde todos procedimentos acima são executados regularmente. Visitar o templo de um devoto e olhar para as formas do Senhor profusamente decoradas bem vestidas numa bela decoração, o templo santificado naturalmente infundi a mente mundana com inspiração espiritual. Pessoas devem visitar lugares sagrados tais quais Vrindavana onde esses templos e adoração da Deidade são mantidos especificamente. Antigamente todos homens ricos tais quais reis e comerciantes ricos construíram esses templos sob a direção de devotos do Senhor experientes, tais quais os seis Goswamis, e é dever da pessoa comum aproveitar a vantagem desses templos e festivais observados nos lugares sagrados de peregrinação por seguir os passos dos grandes devotos (anuvraja). Não se deve visitar todos esses lugares sagrados e templos santificados com passeio turístico em mente, porém deve-se ir para esses templos e lugares santificados imortalizados pelos passatempos transcendentais do Senhor e ser guiado por pessoas apropriadas que conhecem a ciência. Isso é chamado anuvraja. Anu significa seguir. Por isso é melhor seguir a instrução do mestre espiritual fidedigno, mesmo em visitar templos e lugares sagrados de peregrinação. Aquele que não se move nessa direção é tão bom quanto uma árvore fixa condenada pelo Senhor para não se mover. A tendência de mobilidade do ser humano é mal usada por visitar lugares para passeio turístico. O melhor uso dessas tendências de viajar podem ser satisfeitas por visitar lugares sagrados estabelecidos pelos grandes acaryas e assim não ser desviado por propaganda ateísta de ganhadores de dinheiro que não têm nenhum conhecimento dos mestres espirituais. Verso 23 jévaï chavo bhägavatäìghri-reëuà A pessoa que nunca em nenhum tempo recebeu a poeira dos pés do devoto puro do Senhor na sua cabeça é certamente um corpo morto. E a pessoa que nunca experimentou o aroma das folhas de tulasi dos pés de lótus do Senhor também é um corpo morto, apesar de respirar. Iluminação de Srila Prabhupada: De acordo com Srila Visvanatha Chakravarti Thakura, o corpo morto que respira é um fantasma. Quando uma pessoa morre, ela é chamada morta, porém quando aparece novamente numa forma sutil não visível para nossa visão presente e mesmo assim age, tal corpo morto se chama um fantasma. Fantasmas são sempre elementos muito maus, sempre a criar uma situação medonha para outros. Similarmente, os não devotos tipo fantasma não têm respeito pelos devotos puros, nem para a deidade de Vishnu nos templos, criam uma situação temerosa para devotos em todos tempos. O Senhor nunca aceita nenhuma oferenda de tais fantasmas impuros. Existe um ditado popular que deve-se primeiro amar o cachorro do benquerer antes de mostrar quaisquer sentimentos de amor para o benquerer. O estágio de devoto puro é alcançado por servir sinceramente um devoto puro do Senhor. A primeira condição do serviço devocional para o Senhor é por isso ser um servo de um devoto puro, e essa condição é satisfeita pela afirmação "recepção da poeira dos pés de lótus de um devoto puro que também serviu outro devoto puro". Esse é o caminho da sucessão discipular pura, ou parampara devocional. Maharaja Rahugana inquiriu do grande santo Jada Bharata sobre como ele alcançou um estágio liberado de um paramahamsa assim, e em resposta o grande santo respondeu o seguinte (Bhag. 5.12.12): rahügaëaitat tapasä na yäti "Ó Rei Rahugana, o estágio de perfeição do serviço devocional, ou estágio de vida paramahamsa, não pode ser obtido a menos que alguém seja abençoado pela poeira dos pés de lótus de grandes devotos. Nunca é alcançado por tapasya (austeridade), o processo de adoração Védico, aceitação da ordem de vida renunciada, cumprimento dos deveres da vida de casado, o cantar de hinos Védicos, o desempenho de penitências no Sol escaldante, dentro da água fria ou perante o fogo ardente". Em outras palavras, o Senhor Sri Krishna é a propriedade de Seus devotos puros incondicionais, e dessa forma somente os devotos podem conceder Krishna para outro devoto; Krishna nunca é obtido diretamente. O Senhor Chaitanya assim designou-Se como gopi-bhartuh pada-kamalayor dasa-dasanudasah (Cc. Madhya 13.80), ou "o mais obediente servo dos servos do Senhor, quem mantém as donzelas gopi de Vrindavana". Um devoto puro por isso nunca se aproxima do Senhor diretamente, porém tenta satisfazer o servo dos servos do Senhor, e assim o Senhor fica satisfeito, e somente assim então o devoto pode saborear o sabor das folhas de tulasi grudadas em Seus pés de lótus. No Brahma-samhita é dito que o Senhor nunca é encontrado por se tornar um grande acadêmico erudito das literaturas Védicas, porém Ele é facilmente aproximável através de Seu devoto puro. Em Vrindavana todos os devotos puros rogam pela misericórdia de Srimati Radharani, a potência de prazer do Senhor Krishna. Srimati Radharani é uma contraparte feminina de coração terno do todo supremo, que aparenta o estágio de perfeição da natureza feminina mundana. Por isso, a misericórdia de Radharani é disponível muito facilmente para os devotos sinceros, e imediatamente Ela recomenda um devoto assim para o Senhor Krishna, o Senhor imediatamente aceita a admissão do devoto dentro de Sua associação. A conclusão é, por isso, que deve-se ser mais sério sobre procurar a misericórdia do devoto do que do Senhor diretamente, e por fazer isso (pela boa vontade do devoto) a atração natural para o serviço do Senhor será revivida.
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